Ao longo de toda a história automotiva, muitos carros se destacaram por apresentar inovações que, por muito tempo, foram consideradas impossíveis de acontecer. Atualmente é possível se conectar com o mundo através de sistemas de informações modernos em versões de todas as marcas e chegar em qualquer destino sem precisar parar o carro para pedir ajuda. Para eleger o veículo mais revolucionário de todos os tempos, MotorDream listou, junto com o parceiro editorial AutoCosmos, dez modelos que, de alguma maneira, conseguiram demonstrar alguma novidade tecnológica à frente de seu tempo. Confira a lista.
1.) Benz Motorwagen (1896)
É o primeiro carro da história, e isso já pode ser considerada uma grande revolução. O inventor Karl Benz criou este triciclo motorizado e junto com sua esposa e filhos fez a primeira viagem em um automóvel. Para o carro se mover, usou-se um pequeno motor de 462cc, que produzia 1.1 cv de potência. Desde então a invenção passou a ser um elemento essencial para o progresso e o ato de ir e vir nunca mais foi o mesmo.
2.) Ford Modelo T
O Modelo T foi produzido entre 1908 e 1927 tornando-se o primeiro carro acessível da história. Enquanto a trajetória do automóvel começou com o Benz Motorwagen, o Modelo T revolucionou a forma como os carros foram fabricados com a linha de produção que Henry Ford inventou. O processo facilitava a produção e tornava o trabalho mais econômico. Graças a este sistema, mais de 15 milhões de Modelo T saíram da planta da marca norte-americana em Michigan e ajudaram a mobilizar a classe média dos Estados Unidos. A invenção foi tão revolucionária que deixou uma herança e até hoje os carros são feitos desta forma, com suas respectivas benfeitorias, claro.
3.) Citroën DS
O DS foi o sucessor do Traction Avant – que falaremos a mais a diante – e como ele, grandes tecnologias contribuíram para os carros. Primeiro foi o sistema de suspensão hidropneumática, que absorvia as irregularidades do terreno como nenhum outro componente. Também era utilizado o sistema de freio a disco e embora não tenha sido o primeiro a usá-lo, foi o que popularizou.
4.) Oldsmobile F85 Jetfire Turbo (1962)
A primeira vez que um motor turbo equipou um carro de produção foi em 1962 nas mãos da Oldsmobile. Antes disso, os turbos só foram usados na aviação para compensar a perda de potência devido à baixa pressão atmosférica em altitude elevada. Foi então que a empresa viu uma oportunidade de extrair mais potência do motor V8 e se iniciar – anos mais tarde – todo o frenesi que o nome Turbo fazia nos anos 80. Hoje em dia, é utilizada em motores pequenos para manter o consumo de combustível e emissões de CO² o mais baixo possível. Tornou-se um "acessório" importante que, gradualmente, levará ao desaparecimento dos motores naturalmente aspirados.
5.) Volvo Amazon
O Amazon foi produzido entre 1956 e 1970 e foi oferecido como sedã de duas ou quatro portas e wagon. A maior contribuição deste carro foi ter introduzido, como padrão, o cinto de segurança de três pontos, marcando o início da preocupação com a integridade dos ocupantes de um carro. Hoje, essa preocupação atingiu níveis que eram impensáveis nos anos 50. Essa busca se tornou uma prioridade, desde o desenho externo do carro até o desenvolvimento de novas tecnologias de segurança ativa e passiva.
6.) Mercedes-Benz Classe S (1991)
De acordo com a NHTSA – órgãos responsável pela segurança viária dos Estados Unidos, a invenção mais importante na questão vital depois do cinto de três pontos foi o controle de estabilidade. O primeiro fabricante a introduzir um carro de produção foi a Mercedes-Benz com o seu modelo principal: o Classe S, em 1991. Desenvolvido a partir do sistema ABS, a tecnologia ajuda a manter o carro em uma direção. Atualmente boa parte dos veículos são dotados desde dispositivo.
7.) Cadillac Type53 1916
Além de incorporar o sistema de partida elétrica – não precisava mais de manivela – Type 53 de 1916 é o primeiro carro a implementar a disposição de controles como os conhecemos hoje. Antes desse veículo, cada um tinha um sistema diferente para operar com muitas alavancas, pedais e outras complicações que o condutor tinha de aprender a mover-se com o veículo. O Cadillac 1916 tinha um volante, três pedais, alavanca de câmbio entre os assentos dianteiros e freio de mão localizado um pouco atrás da transmissão.
8.) Citroën Traction Avant
Embora muitas pessoas pensam que este carro foi o primeiro a ter tração dianteira, na verdade não é. O chassi monobloco e o fato de utilizar as rodas da frente para se mover ajudou a tornar o sistema mais popular em seu tempo. Enquanto que os outros carros na época – entre 1934 e 1957 - foram construídos sobre uma estrutura de aço, o Traction Avant integrava o chassi e a carroceria em um só peça, resultando numa melhor rigidez estrutural, menos peso e mais espaço na cabine. Produziram 759.111 unidades deste carro francês que levou a outro nível a forma de fabricação dos automóveis.
9.) Austin-Morris Mini
Numa altura em que os "carros bolhas" invadiram a Europa com pequenas dimensões e motores de motocicletas, a British Motor Corporation – BMC decidiu, em 1959, criar um veículo que iria revolucionar completamente a forma de construir automóveis. E até hoje a maioria os carros são construídos dessa maneira. Se trata de um carro com motor transversal dianteiro, o que significa que o motor e transmissão ocupavam menor espaço que nos tradicionais longitudinais. Graças a isso, o Mini alegava que 80% do comprimento total do carro se transformava em espaço para os ocupantes.
10.) Semper Vivus Lohner-Porsche (1899)
A idéia de um carro movido por duas fontes de energia diferentes – um autêntico híbrido – não é tão recente como se poderia pensar. Na verdade é quase tão antiga quanto o próprio automóvel. Ferdinand Alexander Porsche, juntamente com o empresário Jacob Lohner, entregaram, em 1899, a patente de um veículo impulsionado por dois motores – um a gasolina e outro elétrico, este posicionado sobre as rodas dianteiras. Assim, em 1900 nasceu o primeiro carro híbrido da história. Entretanto, a tecnologia não foi para frente pela dificuldade que representa o peso e eficiência das baterias – uma das principais dificuldades encontradas nos híbridos modernos.
por Héctor Mañón
do AutoCosmos/México
para MotorDream