Irmãos de Antônio Pompêo lembram trajetória do ator: 'Era um guerreiro'
Ator foi encontrado morto em casa no Rio de Janeiro.
Desejo dele era ser enterrado ao lado da mãe, em São José do Rio Preto.
Bastante abalado, ele lamentou a morte do irmão, que pegou a família de surpresa. O ator e artista plástico tinha 62 anos e foi encontrado morto em sua casa, em Guaratiba, em Zona Oeste do Rio, onde morava sozinho. No atestado de óbito consta como causa da morte infarto fulminante.
"Todo mundo se assustou, ele estava aparentemente bem. Na hierarquia da vida o certo é o irmão mais novo enterrar o mais velho. Hoje estou enterrando meu irmão mais novo. É muito triste", afirma.
Da família de quatro filhos, apenas Benedito Pompêo, de 65 anos, não compareceu ao enterro no cemitério São João Batista devido a uma doença.
O ator foi trazido a São José do Rio Preto porque tinha o desejo de ser enterrado ao lado da mãe, Sebastiana Ferreira Pompêo. "Nossa luta foi trazer ele para cá, o desejo dele era ser enterrado no mesmo cemitério da mãe", conta outro irmão, Oscar Pompêo.
Foram oito horas de traslado até que o corpo do ator chegasse a Rio Preto. A família optou por fazer um velório rápido, de meia hora, em caixão lacrado. "A homenagem que ele merecia ter recebido deveria ter sido feita em vida", disse José Carlos. Cerca de 30 pessoas participaram da rápida cerimônia.
A última vez que o ator esteve em Rio Preto foi em 1999, quando a mãe morreu. De lá para cá, os irmãos se falavam por telefone e internet. "Conversamos pela última vez no Natal. Ele sempre gostou de viver meio isolado, mas quando minha mãe era viva nos visitava sempre. Lembro dele deitado no sofá, vendo com a minha mãe alguma novela onde aparecia. Ela sempre chorava, principalmente nas cenas em que ele apanhava. Ela dizia: 'Botaram ele lá para apanhar? Por que estão batendo nele? Eu nunca bati nele'. Era o xodó dela", conta Oscar.
Antônio Pompêo era engajado na luta contra o racismo e na valorização do negro. Para o irmão mais velho, esse foi seu papel mais importante em vida. "Ele abriu caminho para os negros no Brasil e no exterior", diz José Carlos, lembrando a exibição do filme Quilombo, de 1984, em Angola.
Carreira
Antônio participou de produções no cinema como "Xica da Silva" e "O cortiço". Atuou também em novelas da Globo como "O Rei do Gado", "A viagem", "Pecado capital", "Mulheres de areia", "A casa das sete mulheres", "Pedra sobre pedra" e "Fera ferida". Seu início na TV foi em "A Moreninha", em 1975.
Antônio participou de produções no cinema como "Xica da Silva" e "O cortiço". Atuou também em novelas da Globo como "O Rei do Gado", "A viagem", "Pecado capital", "Mulheres de areia", "A casa das sete mulheres", "Pedra sobre pedra" e "Fera ferida". Seu início na TV foi em "A Moreninha", em 1975.
Pompêo também atuou em novelas da extinta TV Manchete, como "Kananga do Japão" e "A história de Ana Raio e Zé Trovão". Seu último trabalho na televisão foi na novela "Balacobaco", da Record, em 2012.
Mensagens
A atriz Zezé Motta postou uma mensagem de despedida em sua conta no Facebook. "Em choque, e com muito pesar que comunicado a perda do meu amigo e grande ator Antônio Pompêo. Juntos, trabalhos em Xica da Silva, Quilombo, entre tantos outros projetos no cinema, na televisão foram mais de 05 novelas onde tivemos a oportunidade em estarmos juntos... A dor é grande! Descanse em paz meu amigo."
A atriz Zezé Motta postou uma mensagem de despedida em sua conta no Facebook. "Em choque, e com muito pesar que comunicado a perda do meu amigo e grande ator Antônio Pompêo. Juntos, trabalhos em Xica da Silva, Quilombo, entre tantos outros projetos no cinema, na televisão foram mais de 05 novelas onde tivemos a oportunidade em estarmos juntos... A dor é grande! Descanse em paz meu amigo."
Em nota, o Ministério da Cultura lamentou a morte de Pompêo, que no período de julho de 2007 a outubro de 2008 acumulou a função de presidente-substituto e diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira da Fundação Cultural Palmares, vinculada do Ministério da Cultura.
"É com grande pesar que o Ministério da Cultura recebe a notícia da morte do ator e artista plástico Antônio Pompêo, um grande talento e também ativista cultural (...) Foi também um dos idealizadores, em 2004, do Projeto A Cor da Cultura, que se converteu em material de apoio pedagógico em todo o território nacional para a formação de docentes e estudantes em História e Cultura afro-brasileiras", diz o texto.
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