sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

As Aparências Políticas.


Há poucos dias, a imprensa anunciou amplamente que, segundo as
últimas pesquisas de opinião, Lula bateu de novo seus recordes
anteriores de popularidade e chegou a 84% de avaliação positiva.
É, realmente, algo "nunca antes visto nesse país" e eu fiquei me
perguntando o que poderemos esperar das próximas consultas
populares.

Lembro-me de que quando Lula chegou aos 70% achei que ele jamais
bateria Hitler, a quem, em seu auge, a cultíssima Alemanha chegara a
conceder 82% de aprovação.
Mas eu estava enganado: nosso operário-presidente já deixou para
trás o psicopata de bigodinho e hoje só deve estar perdendo para
Fidel Castro e para aquele tiranete caricato da Coreia do Norte, cujo
nome jamais me interessei em guardar. Mas Lula tem uma vantagem sobre
os dois ditadores: aqui as pesquisas refletem verdadeiramente o que o
povo pensa, enquanto em Cuba e na Coreia do Norte as pesquisas de
opinião lembram o que se dizia dos plebiscitos portugueses durante a
ditadura lusitana: SIM, Salazar fica; NÃO, Salazar não sai; brancos
e nulos sendo contados a favor do governo...(Quem nunca ouviu falar
em Salazar, por favor, pergunte a um parente com mais de 60).

Portanto, a popularidade de Lula ainda "tem espaço" para crescer,
para empregar essa expressão surrada e pedante, mas adorada pelos
economistas. E faltam apenas cerca de 16% para que Lula possa, com
suas habituais presunção e imodéstia, anunciar ao mundo que obteve
a unanimidade dos brasileiros em torno de seu nome, superando até
Jesus Cristo ou outras celebridades menores que jamais conseguiram
livrar-se de alguma oposição...

Sim, faltam apenas 16% mas eu tenho uma péssima notícia a dar a seu
hipertrofiado ego: pode tirar o cavalinho da chuva, cumpanhero, porque
de 99,9999995% você não passa.

Como você não é muito chegado em Aritmética, exceto nos cálculos
rudimentares dos percentuais sobre os orçamentos dos ministérios que
você entrega aos partidos que constituem sua base de sustentação no
Congresso, explico melhor: o Brasil tem 200.000.000 de habitantes, um
dos quais sou eu. Represento, portanto, 1 em 200.000.000, ou seja,
0,0000005% enquanto os demais brasileiros totalizam os restantes
99,9999995%. Esses, talvez, você possa conquistar, em todo ou em
parte. Mas meus humildes 0,0000005% você jamais terá porque não
há força neste ou em outros mundos, nem todo o dinheiro com que
você tem comprado votos e apoios nos aterros sanitários da
política brasileira, não há, repito, força capaz de mudar minha
convicção de que você foi o pior dentre todos os presidentes que
tive a infelicidade de ver comandando o Brasil em meus 65 anos de
vida.

E minha convicção fundamenta-se em um fato simples: desde minha
adolescência, quando comecei a me dar conta das desgraças
brasileiras _e a identificar suas causas_, convenci-me de que na raiz
de tudo está a mentalidade dominante no Brasil, essa mentalidade dos
que valorizam a esperteza e o sucesso a qualquer custo; dos que
detestam o trabalho e o estudo; dos que buscam o acesso ao
patrimônio público para proveito pessoal; dos que almejam os
cabides de emprego, as sinecuras e os cargos fantasmas; dos que criam
infindáveis dinastias nepotistas nos órgãos públicos; dos que
desprezam a justiça desde que a injustiça lhes seja vantajosa; dos
que só reclamam dos privilégios por não estar incluídos entre os
privilegiados; dos que enriquecem através dos negócios sujos com o
Estado; dos que vendem seus votos por uma camiseta, um sanduíche ou,
como agora, uma bolsa família; dos que são de tal forma ignorantes e
alienados que se deixam iludir pelas prostitutas da política e
beijam-lhes as mãos por receber de volta algumas migalhas do muito
que lhes vem sendo roubado desde as origens dos tempos; dos que são
incapazes de discernir, comover-se e indignar-se diante de infâmias.


Antes e depois de mim, muitos outros brasileiros, incomparavelmente
melhores e mais lúcidos, chegaram à mesma conclusão e, embora
sejamos minoria, sinto-me feliz e honrado por estar ao lado de Rui
Barbosa. Já ouviu falar nele? Como você nunca lê, eu quase iria
sugerir-lhe que pedisse a algum de seus incontáveis assessores que
lhe falasse alguma coisa sobre a Oração aos Moços... Mas,
esqueça... Se você souber o que ele, em 1922, disse de políticos
como você e dos que fazem parte de sua base de sustentação, terá
azia até o final da vida.

Pense a maioria o que quiser, diga a maioria o que disser, não
mudarei minha convicção de que este País só deixará de ser o que
é - uma terra onde as riquezas produzidas pelo suor da parte honesta
e trabalhadora é saqueada pelos parasitas do Estado e pelos ladrões
privados eternamente impunes - quando a mentalidade da população e
de seus representantes for profundamente mudada.
MUDADA PELA EDUCAçãO, PELA PERSEVERANçA, PELA PUNIçãO AOS
MAUS, PELA RECOMPENSA AOS BONS, PELO EXEMPLO DOS GOVERNANTES.
E você Lula, teve uma oportunidade única de dar início à
mudança dessa mentalidade, embalado que estava com uma vitória
popular que poderia fazer com que o Congresso se curvasse diante de
sua autoridade moral, se você a tivesse.
Você teve a oportunidade de tornar-se nossa tão esperada
âncora moral, esta sim, nunca antes vista nesse País.
Mas não, você preferiu o caminho mais fácil e batido das
práticas populistas e coronelistas de sempre, da compra de tudo e de
todos.
Infelizmente para o Brasil, mas felizmente para os objetivos
pessoais seus e de seu grupo, você estava certo: para que se
esforçar, escorado apenas em princípios de decência, se muito mais
rápido e eficiente é comprar o que for necessário, nessa terra onde
quase tudo está à venda?

Eu não o considero inteligente, no nobre sentido da palavra, porque
uma pessoa verdadeiramente inteligente, depois de chegar aonde você
chegou, partindo de onde você partiu, não chafurdaria nesse
lamaçal em que você e sua malta alegremente surfam, nem se
entregaria a seu permanente êxtase de vaidade e autoidolatria.
Mas reconheço em você uma esperteza excepcional: nunca antes
nesse País um presidente explorou tão bem, em proveito próprio e de
seu bando, as piores qualidades da massa brasileira e de seus
representantes.
Esse é seu legado maior, e de longa duração: o de haver
escancarado a lúgubre realidade de que o Brasil continua o mesmo que
Darwin encontrou quando passou por essas plagas em 1832 e anotou em
seu diário: "Aqui todos são subornáveis".
Você destruiu as ilusões de quem achava que havíamos
evoluído em nossa mentalidade e matou as esperanças dos que ainda
acreditavam poder ver um Brasil decente antes de morrer.

Você não inventou a corrupção brasileira, mas fez dela um
maquiavélico instrumento de poder, tornando-ageneralizada e
fazendo-a permear até os últimos níveis da Administração.
O Brasil, sob você, vive um quadro que em medicina se chamaria de
septicemia corruptiva.
Peça ao Marco Aurélio para lhe explicar o que é isso.
Você é o sonho de consumo da banda podre desse País, o exemplo
que os funcionários corruptos do Brasil sempre esperaram para poder
dar, sem temores, plena vazão a seus instintos.

Você faz da mentira e da demagogia seu principal veículo de
comunicação com a massa.
A propósito, o que é que você sente, todos os dias, ao olhar-se
no espelho e lembrar-se do que diz nos palanques?
Você sente orgulho em subestimar a inteligência da maioria e
ver que vale a pena?

Você mentiu quando disse haver recebido como herança maldita a
política econômica de seu antecessor, a mesma política que você
manteve integralmente e que fez a economia brasileira prosperar..
Você mentiu ao dizer que não sabia do Mensalão
Mentiu quando disse que seu filho enriqueceu através do trabalho
Mentiu sobre os milhões que a Ong 13, de sua filha, recebeu sem
prestar contas
Mentiu ao afastar Dirceu, Palocci, Gushiken e outros cumpanheros
pegos em flagrante
Mente quando, para cada platéia, fala coisas diferentes,
escolhidas sob medida para agradá-las
Mentiu, mente e mentirá em qualquer situação que lhe convenha.

Por falar em Ongs, você comprou a esquerda festiva, aquela que odeia
o trabalho e vive do trabalho de outros, dando-lhe bilhões de reais
através de Ongs que nada fazem, a não ser refestelar-se em dinheiro
público, viajar, acampar, discursar contra os exploradores do povo e
desperdiçar os recursos que tanta falta fazem aos hospitais.

Você não moveu uma palha, em seis anos de presidência, para
modificar as leis odiosas que protegem criminosos de todos os tipos
neste País sedento de Justiça e encharcado pelas lágrimas dos
familiares de tantas vítimas.
Jamais sua base no Congresso preocupou-se em fechar ao menos as
mais gritantes brechas legais pelas quais os criminosos endinheirados
conseguem sempre permanecer impunes, rindo-se de todos nós.
Ao contrário, o Supremo, onde você tem grande influência, por
haver indicado um bom número de Ministros, acaba de julgar que mesmo
os condenados em segunda instância podem permanecer em liberdade,
até que todas as apelações, recursos e embargos sejam julgados, o
que, no Brasil, leva décadas.
Isso significa, em poucas palavras, que os criminosos com
dinheiro suficiente para pagar os famosos e caros criminalistas
brasileiros podem dormir sossegados, porque jamais irão para a
cadeia.
Estivesse o Supremo julgando algo que interessasse a seu grupo
ou a suas inclinações ideológicas, certamente você teria se
empenhado de corpo e alma.
Aliás, Lula, você nunca teve ideais, apenas ambições.
Você jamais foi inspirado por qualquer anseio de Justiça. Todas
as suas ações, ao longo da vida, foram motivadas por rancores,
invejas, sede pessoal de poder e irrefreável necessidade de ser
adorado e ter seu ego adulado.
Seu desprezo por aquilo que as pessoas honradas consideram Justiça
manifesta-se o tempo todo: quando você celeremente despachou para
Cuba alguns pobres desertores que aqui buscavam a liberdade; quando
você deu asilo a assassinos terroristas da esquerda radical; quando
você se aliou à escória do Congresso, aquela mesma contra quem
você vociferava no passado; quando concedeu aumentos nababescos a
categorias de funcionários públicos já regiamente pagos, às
custas dos impostos arrancados do couro de quem trabalha arduamente e
ganha pouco; quando você aumentou abusivamente as despesas de
custeio, sabendo que pouquíssimo da arrecadação sobraria para os
investimentos de que tanto carece a população; quando você
despreza o mérito e privilegia o compadrio e o populismo; e vai por
aí.... Justiça, ora a Justiça, é o que você pensa...

Você tem dividido a nação, jogando regiões contra regiões,
classes contra classes e raças contra raças, para tirar proveito
das desavenças que fomenta.
Aliás, se você estivesse realmente interessado, como deveria, em
dar aos pobres, negros e outros excluídos as mesmas oportunidades
que têm os filhos dos ricos, teria se empenhado a fundo na melhoria
da saúde e do ensino públicos.
Mas você, no íntimo, despreza o ensino, a educação e a
cultura, porque conseguiu tudo o que queria, mesmo sendo inculto e
vulgar. Além disso, melhorar a educação toma um tempo enorme e dá
muito trabalho, não é mesmo?
E se há coisa que você e o Partido dos Trabalhadores
definitivamente detestam é o trabalho: então, muito mais fácil é
o atalho das cotas, mesmo que elas criem hostilidades entres as
cores, que seus critérios sejam burlados o tempo todo e que filhos
de negros milionários possam valer-se delas.

A Imprensa faz-lhe pouca oposição porque você a calou, manipulando
as verbas publicitárias, pressionando-a economicamente e perseguindo
jornalistas.
O que houve entre o BNDES e as redes de televisão?
O que você mandou fazer a Arnaldo Jabor, a Boris Casoy, a Salete
Lemos?
Essa técnica de comprar ou perseguir é muito eficaz. Pablo
Escobar usou-a com muito sucesso na Colômbia, quando dava a seus
eventuais opositores as opções: "O plata, o plomo". Peça ao Marco
Aurélio para traduzir. Ele fala bem o Espanhol.

Você pode desdenhar tudo aquilo que aqui foi dito, como desdenha a
todos que não o bajulem.
Afinal, se você não é o maior estadista do planeta, se seu
governo não é maravilhoso, como explicar tamanha popularidade?
É fácil: políticos, sindicatos, imprensa, ONGs, movimentos
sociais, funcionários públicos, miseráveis, você comprou com
dinheiro, bolsas, cotas, cargos e medidas demagógicas.
Muita gente que trabalha, mas desconhece o que se passa nas
entranhas de seu governo, satisfez-se com o pouco mais de dinheiro
que passou a ganhar, em consequência do modesto crescimento
econômico que foi plantado anteriormente, mas que caiu em seu colo..

Tudo, então, pode se resumir ao dinheiro e grande parte da
população parece estar disposta a ignorar os princípios da
honradez e da honestidade e a relevar as mentiras, a corrupção, os
desperdícios, os abusos e as injustiças que marcam seu governo em
troca do prato de lentilhas da melhoria econômica.

É esse, em síntese, o triste retrato do Brasil de hoje... Lula e Dilma Casados!

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