quinta-feira, 30 de junho de 2016

Meu Teatro!










EU NUNCA SEI QUANDO AS ESTÓRIAS ACABAM. POR ISSO SEMPRE FICO PRESO ENTRE UMA E OUTRA, OU ENTRE NENHUMA E NENHUMA OUTRA; ENTRE UM RECOMEÇO SEM FIM E UM FIM SEM TÉRMINO. TALVEZ POR SER MAIS ESPECTADOR OU COADJUVANTE, DO QUE PROTAGONISTA DA MINHA VIDA, TENHA ESSA ENFERMIDADE DE NÃO DAR CONTA DE QUANDO BAIXA O PANO. AS LUZES APAGAM, O PÚBLICO SAI, OS COLEGAS LIMPAM A MAQUIAGEM E EU CONTINUO LÁ: COM A FALA NA CABEÇA, O TEXTO DECORADO, AGUARDANDO A DEIXA. A DEIXA QUE NUNCA VEM. SEMPRE TIVE MEDO DAS COISAS E DAS PESSOAS. UM PAVOR E UMA FALTA DE FÉ. TALVEZ POR ISSO EU TENHA CRIADO MINHA PRÓPRIA COMPANHIA TEATRAL, ONDE SOU DIRETOR; CONTRA-REGRA; ATORES E PÚBLICO. ENCENO SÓ PARA MIM UMA TRAGICOMÉDIA. A REALIDADE ME FAZ TÃO MAL E ME DEIXA TÃO FRACO QUE FICO, NO FUNDO DO PALCO, MUITAS VEZES, A SUSSURRAR O TEXTO A MIM MESMO. ÀS VEZES NÃO OUÇO. QUASE SEMPRE NÃO OUÇO, PORQUE SUSSURRO BAIXO E MINHA VOZ É TRÊMULA... O PÚBLICO NÃO ENTENDE A PEÇA, LOGO, NÃO APLAUDE. EU, FURIOSO, DEMITO A TODOS: AO AUTOR; AO DIRETOR; AOS ATORES... EXPULSO O PÚBLICO DO TEATRO E ATEIO FOGO A TUDO. E ALI DENTRO FICO EU, JUNTO ÀS CORTINAS E AOS HOLOFOTES, INCANDESCENTES; QUEIMANDO, QUEIMANDO, QUEIMANDO...

segunda-feira, 20 de junho de 2016

O Mito do Poeta Inocente!



O POETA INOCENTE É UM MITO, MAS UM MITO QUE FUNDA A POESIA. O POETA REAL SABE QUE AS PALAVRAS E AS COISAS NÃO SÃO A MESMA COISA E POR ISSO, PARA ESTABELECER UMA PRECÁRIA UNIDADE ENTRE O HOMEM E O MUNDO, NOMEIA COISAS COM RITMOS, SÍMBOLOS E COMPARAÇÕES. AS PALAVRAS NÃO SÃO COISAS: SÃO AS PONTES QUE ESTENDEMOS ENTRE ELAS E NÓS. O POETA É A CONSCIÊNCIA DAS PALAVRAS, ISTO É A NOSTALGIA DA REALIDADE REAL DAS COISAS. É CERTO QUE AS PALAVRAS TAMBÉM FORAM COISAS ANTES DE SER NOMES DE COISAS: NO MITO DO POETA INOCENTE, ISTO É, ANTES DA LINGUAGEM.

sábado, 18 de junho de 2016

A Flor.







Havia uma jovem muito bonita que tinha tudo:
um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um emprego que pagava muitíssimo bem, uma família unida.
O estranho é que ela não conseguia conciliar tudo isso, o trabalho e os afazeres lhe ocupavam todo o tempo
e a sua vida estava deficitária em algumas áreas.
Se o trabalho consumia muito tempo, ela tirava dos filhos, se surgiam problemas, ela deixava de lado o marido...
E assim, as pessoas que ela amava eram sempre deixadas para depois...
Até que um dia, seu pai, um homem muito sábio, lhe deu um presente:
uma flor muito cara e raríssima, da qual havia um exemplar apenas em todo o mundo.
E disse a ela:
"Filha, esta flor vai te ajudar muito mais do que você imagina!
Você terá apenas que regá-la e podá-la de vez em quando, às vezes conversar um pouquinho com ela,
e ela te dará em troca esse perfume maravilhoso e essas lindas flores."
A jovem ficou emocionada, afinal a flor era de uma beleza sem igual.
Mas o tempo foi passando, os problemas surgiam, o trabalho consumia todo o seu tempo, e a vida,
que continuava confusa, não lhe permitia cuidar da flor.
Ela chegava em casa, olhava a flor e as folhas ainda estavam lá, não mostravam nenhum sinal de fraqueza ou morte,
apenas estavam lá, lindas, perfumadas.
Então ela passava direto.
Até que um dia, sem mais nem menos, a flor morreu.
Ela chegou em casa e levou um susto!
Estavam completamente mortas, suas raízes estavam ressecadas, suas flores caídas e suas folhas amarelas.
A Jovem chorou muito e contou ao seu pai o que havia acontecido.
Seu pai então respondeu:
"Eu já imaginava que isso aconteceria, e eu não posso te dar outra flor, porque não existe outra igual a essa,
ela era única assim como seus filhos, seu marido e sua família.
Todos são bênçãos que o Senhor te deu, mas você tem que aprender a regá-los, podá-los e dar atenção a eles,
pois assim como a flor, os sentimentos também morrem.
Você se acostumou a ver a flor lá, sempre florida, sempre perfumada e se esqueceu de cuidar dela.
Cuide das pessoas que você ama!"

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Devagar...


DEVAGAR, O TEMPO TRANSFORMA TUDO EM TEMPO. O ÓDIO TRANSFORMA-SE EM TEMPO. O AMOR TRANSFORMA-SE EM TEMPO. A DOR TRANSFORMA-SE EM TEMPO. OS ASSUNTOS QUE JULGAMOS MAIS PROFUNDOS, MAIS IMPOSSÍVEIS, MAIS PERMANENTES E IMUTÁVEIS, TRANSFORMAM-SE DEVAGAR EM TEMPO. MAS, POR SI SÓ, O TEMPO NÃO É NADA, A IDADE NÃO É NADA, A ETERNIDADE NÃO EXISTE.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Movimentos sem Fim!






Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho
Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio
Nem ama duas vezes a mesma mulher.
Deus de onde tudo deriva
E a circulação e o movimento infinito.
Ainda não estamos habituados com o mundo
Nascer é muito comprido.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Ser Baiana.








Se um dia eu reencarnar mulher, queria ser brasileira
Eu queria ser Brasileira e de preferência uma baiana legítima, da cor de Dendê
Eu queria ser baiana para poder me estender ao lado dos meus amigos nos cafés
Eu queria ser baiana para poder passar pó de arroz pelo meu rosto, diante de todos nos cafés
Eu queria ser baiana para não ter que pensar na vida e conhecer muitos velhos a quem eu pedisse dinheiro
Eu queria ser baiana para passar o dia inteiro falando de modas, fazendo fofocas, muito entretida
Eu queria ser baiana para mexer nos meus seios, aguçá-los ao espelho antes de me deitar
Eu queria ser baiana para que me fossem bem todos esses enleios
Esses enleios que no homem, francamente, não se podem desculpar
Eu queria ser baiana para ter muitos amantes e enganá-los a todos, mesmo o predileto
Como eu gostaria de enganar o meu amante loiro, o mais esbelto, o mais bonito, enganá-lo com um peão negro, feio, de modos extravagantes
Eu queria ser baiana para excitar quem me olhasse
Eu queria ser baiana para poder me recusar, requebrando atrás de um arrastão de pós carnaval, em plena quarta de cinzas...

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Desesperança.



Todo o meu esforço canalizo para a vida. Não para o equilíbrio, não para as certezas. Sigo suportando nas costas todo o peso da desesperança, pois o que é a esperança?È ridículo, dramático, que a humanidade ainda precise dela.
Esperança em quê? Em remédios que curem?... Em poemas que se dão de mão em mão? E as cartas sem resposta? E os becos sem saída? E a nova hipocrisia?
E o deus-dinheiro que nos espreita a cada esquina?... E a áfrica? E a américa latina?...
E todas essas universidades e tantos analfabetos?...
Toda gente sabe a extensão da verdade: surpreendendo a paisagem esfomeada, o gatilho já não precisa do dedo de ninguém.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Vexame.







A mulher perdigueira sofre um terrível preconceito no amor.
Como se fosse um crime desejar alguém com toda intensidade. Ela não deveria confessar o que pensa ou exigir mais romance. Tem que se controlar, fingir que não está incomodada, mentir que não ficou machucada por alguma grosseria, omitir que não viu a cantada do seu parceiro para outra.
Ela é vista como uma figura perigosa. Não pode criar saudade das banalidades, extrapolar a cota de telefonemas e perguntas. É condenada a se desculpar pelo excesso de cuidado. Pedir perdão pelo ciúme, pelo descontrole, pela insistência de sua boca.
Exige-se que seja educada. Ora, só o morto é educado.
O homem inventou de discriminá-la. Em nome do futebol. Para honrar a saída com os amigos. Para proteger suas manias. Diz que não quer uma mulher o perseguindo. Que procura uma figura submissa e controlada que não pegue no seu pé.
Mas eu quero, eu quero uma mulher segurando nos meus dois pés, porque pegar no pé é carregar no colo, porque amar não é um vexame, escandalo mesmo é a indiferença.

sábado, 4 de junho de 2016

Meus Poemas Falam.


FALO DE ANCHIETAS E POTIGUARES.
FALO DE CRIANÇAS VIETNAMITAS E AFEGÃS. FALO DE AFRICANOS E DE PORTUGUESES. FALO DOS CADÁVERES DE HERCULANO E POMPÉIA. FALO DE IMPERADORES E DE JESUÍTAS, DE BANCÁRIOS E LIXEIROS. FALO DAS MENINAS ESFARRAPADAS DAS RUAS...
FALO DOS NARCOTIZADOS DAS AVENIDAS. FALO DE BRASILEIROS E DE AMERICANOS, MAS NÃO FALO DO BEM NEM DO MAL. FALO DE IRLANDESES E DE INDIANOS, DOS MESES E DAS HORAS... FALO DOS HOMENS, FALO DAS MENINAS EM PRIMAVERA, DE MAMILOS E DE BOCAS ENTUMESCIDAS. FALO DA CARNE TENRA E CÁLIDA DA INFÂNCIA.
FALO DESSE PROJETO DE VIDA, MINÚSCULA E FEMININA, SEMPRE À ALTURA DAS PERNAS. FALO DE VERBOS E FALOS RETESADOS, QUE CIRCUNDAM OS MAIS PUROS E SAGRADOS ESPAÇOS PEQUENINOS DO CORPO. FALO DE MULHERES NO FOGO DO OUTONO.
                                                                              NA MAIS OBSCURA POETICIDADE, FALO DO                                                                                 MUNDO.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Que...











Que eu continue com vontade de viver,
mesmo sabendo que a vida é,em muitos momentos,
uma lição difícil de ser aprendida.
Que eu permaneçacom vontade de ter grandes amigos,
mesmo sabendo que,com as voltas do mundo,
eles vão indo embora de nossas vidas.
Que eu realimente sempre a vontade de ajudar as pessoas,
mesmo sabendo que muitas delas são incapazes dever,
sentir,entender ou utilizar essa ajuda.
Que eu mantenha meu equilíbrio,
mesmo sabendo que muitas coisas que vejo no mundo
escurecem meus olhos.
Que eu realimente a minha garra,
mesmo sabendo que a derrota e a perdasão ingredientes
tão fortes quantoo sucesso e a alegria.
Que eu atenda sempre mais à minha intuição,
que sinaliza o que de mais autêntico eu possuo.
Que eu pratique mais o sentimento de justiça,
mesmo em meio à turbulência dos interesses.
Que eu manifeste amor por minha família,
mesmo sabendo que ela muitas vezes
me exige muito para manter sua harmonia.
E,acima de tudo...
Que eu lembre sempre que todos nós
fazemos parte dessa maravilhosa teia chamada vida,
criada por alguém bem superior a todos nós!
E que as grandes mudanças não ocorrem por grandes feitos
de alguns e,sim,nas pequenas parcelas cotidianas
de todos nós!

Vídeo Short: Mantenha o Foco , Força & Fé!

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