sexta-feira, 18 de março de 2016

A Direção!

Não importa o que você seja, quem você seja, ou que deseja na vida, a ousadia em ser diferente reflete na sua personalidade, no seu caráter, naquilo que você é. E é assim que as pessoas lembrarão de você um dia.

- "A verdade é que todo mundo vai te machucar,você só tem que escolher por quem vale a pena sofrer."

Um dia a tristeza vai embora... Aprendemos a sorrir novamente... Fazemos novas amizades... E vemos que todo aquele sofrimento do passado, não valeu tanto a pena... Pois se a vida fez as coisas andarem dessa forma... Foi porque não era pra ser... Pois se era pra ser o que pensavamos que era, não teriamos tomado rumos diferentes... Teriamos continuado caminhando na mesma direção.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Vamos Fugir!


















NÃO BASTA FUGIR. É PRECISO FUGIR NO BOM SENTIDO. FUGIR DO TÉDIO, DA FOME, DA GUERRA!... NÃO SE DEVE FUGIR EXCENTRICAMENTE. É PRECISO FUGIR CONCENTRICAMENTE. FUGIR O MUNDO, PARA PODER REINVENTÁ-LO UM DIA. QUEM SABE, MAIOR, MAIS VERDADEIRO, MAIS ESSENCIAL, MAIS JUSTO.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Consolo na Praia.




Vamos, não chores.
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.

O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.

Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis carro, navio, terra.
Mas tens um cão.

Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humor?

A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.

Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 10 de março de 2016

Equivalência.











O Brasil cresceu visivelmente nos últimos 80 anos
Cresceu mal, porém
Cresceu como um boi mantido
Desde bezerro dentro de uma jaula de ferro
A nossa jaula são as estruturas sociais medíocres
Inscritas nas leis
Para compor um País da pobreza na província mais bela da Terra
Sendo assim, do Brasil do futuro
A maioria da gente nascerá e viverá nas ruas
Em fome canina e ignorância figadal
Enquanto a minoria rica, com medo dos pobres
Se recolherá em confortáveis campos de concentração
Cercado de arame farpado e eletrificado
Entretanto, tão fácil nos livrarmos dessas teias
E tão necessário que dói em nós
A nossa conivência culposa

terça-feira, 8 de março de 2016

A Perpertuação do Machismo! As Mulheres Também Contribuem.

Katia Abreu Do UOL, em São Paulo




 Censurar outra mulher por ela ter uma postura mais liberal em relação a seu corpo, educar meninos e meninas de forma diferente, depender de um homem para se sentir plenamente feliz... Mesmo sem se dar conta, muitas mulheres têm atitudes como essas e, com isso, colaboram para a perpetuação do machismo.  Gustavo Venturi, professor do departamento de Sociologia da USP (Universidade de São Paulo), explica que fenômenos como o machismo e outros tipos de discriminação só existem na medida em que os oprimidos incorporam os valores dos opressores. "Você tem uma naturalização dos valores dominantes que faz com que muitas pessoas reproduzam, até de forma inconsciente, a ideologia da qual são vítimas".  De acordo com Tica Moreno, socióloga da Sempreviva Organização Feminista, o machismo é estrutural na sociedade. "Estamos falando de uma opressão que é histórica. E existe, sim, uma introjeção do machismo nas mulheres e isso é um dos mecanismos de sua manutenção", diz.

  
 Educar para mudar.


"Muitas mães educam seus filhos perpetuando o machismo. Educam homens e mulheres de formas completamente diferentes. O homem pode sair, pode variar de parceira, pode fazer sexo assim que conhece alguém. A mulher, não", diz a psicanalista e escritora Regina Navarro Lins. "É muito importante que as mães repensem a educação das crianças”, diz ela.    Tica aponta outra característica sobre a forma como as crianças são criadas: os homens não são educados para fazer o trabalho doméstico. Segundo ela, para o movimento feminista, é na divisão de tarefas domésticas que está a base de sustentação do machismo: "Essa dinâmica da divisão sexual do trabalho que sobrecarrega as mulheres em casa é a mais difícil de romper. Para nós, essa é a questão fundamental da opressão".    Gustavo conta que quando se pergunta se homens devem dividir melhor os trabalhos domésticos, tanto elas quanto eles concordam que sim. Mas, na prática, nada muda. "A jornada das mulheres dedicadas a estas tarefas de cuidados com a casa, crianças, idosos e enfermos é de seis a sete vezes maior do que a dos homens", afirma ele, que coordenou a pesquisa "Percepção de Ser Mulher, Machismo e Feminismo", na Fundação Perseu Abramo.


    O inferno são as outras. 


A pesquisa realizada em 2011 por Gustavo Venturi apresenta avanços em relação à edição anterior, de dez anos atrás. A avaliação geral de que a situação das mulheres melhorou, se comparada à de duas ou três décadas atrás, subiu de 65% para 74%. Mas, apesar dos progressos, ainda há dados que chamam à reflexão: 23% das mulheres (contra 30% em 2001) disseram concordar que "nas decisões importantes, é justo que na casa o homem tenha a última palavra"; 24% (38% em 2001) consideram que "em um casal é importante que o homem tenha mais experiência sexual do que a mulher"; 15% (eram 24% em 2001) acreditam que "a mulher casada deve satisfazer sexualmente o marido mesmo quando não tenha vontade" e 4% (11% em 2001) acham que "se a mulher trair o homem é justo que ele bata nela".   "Estas questões são minoritárias, mas ainda persistem. Não é que elas digam ‘é justo que batam em mim’, mas elas imaginam a ‘vagabunda que vai sair com o meu marido merece apanhar'. É um julgamento moral da outra. A ideia de que isso seja legitimo é altamente perigosa para as próprias mulheres que acreditam nela", afirma Gustavo.
    Gentileza e autonomia.

  
Regina Navarro Lins reprova o cavalheirismo porque, para ela, esse comportamento carrega a ideia nociva de que as mulheres são incapazes. "Gentileza é uma coisa: homens têm que ser gentis com as mulheres e mulheres gentis com os homens. Se eu estou na frente, abro a porta para o meu amigo passar. A ideia do cavalheirismo embute uma noção de que a mulher é incompetente até para puxar uma cadeira, para abrir uma porta, pagar uma conta". A socióloga Tica Moreno diz que a tão problematizada divisão de contas pelo casal não é um problema em si. "O problema é quando o cara paga a conta e acha que por isso você tem de transar com ele", afirma ela, acrescentando que há mulheres independentes financeiramente, com sucesso profissional, mas que não têm autonomia. "Elas acreditam que têm de ter um homem ao lado para dar significado às suas vidas, que não podem tomar a iniciativa da conquista, não podem mostrar que gostam de sexo.", conta a socióloga. Há um modelo de família constituído na sociedade que coloca que a mulher tem de ter um marido e filhos, e muitas mulheres o perseguem. "Quando você constrói a sua identidade em função do interesse e da satisfação das necessidades dos outros, você se perde enquanto sujeito", diz Tica.    Para Regina, há uma questão simples que ajuda a definir se uma mulher tem ou não autonomia: você aceita dividir a conta do motel? Ela afirma que para muitas mulheres isso ainda é tabu. "Parece que, para essa mulher, ir a um motel não proporcionará prazer aos dois". A psicanalista acredita que a explicação para isso é reflexo de milênios de opressão. "Quando a mulher começou a ser oprimida, há cinco mil anos, ela não tinha como reagir. Então, a única forma que ela encontrou para se defender foi usando o corpo. Controlando as necessidades sexuais masculinas, ela conseguia benefícios em troca, como roupas, joias e comida... É possível que venha daí a ideia de que, ao fazer sexo com ela, o homem tenha de pagar alguma coisa", diz a psicanalista.

Leia mais em: http://noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2013/01/10/mulheres-tambem-sao-responsaveis-pela-perpetuacao-do-machismo.jhtm

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