quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Selfies: Moda, vício ou obsessão?



Deu para perceber que amo uma fotografia, desde os 11 anos já pegava a câmera da minha madrinha escondido para fotografar e o pior que na época era tudo na base do filme, não existiam celulares, nem redes sociais, mas tenho fotos desde os meses de vida até o momento presente. Como cada celular tem uma câmera, que pode publicar uma foto imediatamente no seu perfil social, tudo fico mais pratico e acessível! Acessível & Exposto em qualquer situação: sozinhos ou rodeados de amigos, na sala, no quarto, no jardim, num concerto, numa viagem ou na praia. Mas nalguns casos a fixação numa simples fotografia pode levar a situações extremas. Foi o que aconteceu a Danny Bowman, um rapaz de 15 anos que vivia obcecado com a sua imagem. Tirava cerca de 200 fotografias por dia a si próprio - e nenhuma lhe agradava. Frustrado por não conseguir encontrar a 'selfie perfeita', decidiu tomar um cocktail de comprimidos para pôr termo à vida. A história não acabou em tragédia, mas Bowman continua a ser acompanhado por psicólogos de forma a controlar o seu vício. Já Courtney Sanford não teve tanta sorte. Às 08h33, a norte-americana de 32 anos publicou uma selfie na sua página no Facebook com o comentário: “A música 'Happy' deixa-me feliz”. Segundos após ter publicado a fotografia na rede social, Courtney perdeu o controlo do carro e chocou com um camião do lixo. Acabou por morrer no local. “Em apenas uns segundos, uma vida desapareceu só por querer partilhar com o mundo que estava feliz”, afirmou um dos polícias que se deslocaram ao local após o acidente.Não é por acaso que a palavra selfie foi considerada o vocábulo de 2013 pelos dicionários Oxford. De acordo com a France Press, a Yahoo estima que sejam tiradas 880 mil milhões de fotografias deste género por ano. E um inquérito realizado pela Samsung mostra que, no Reino Unido, 17% das mulheres e 10% dos homens captam selfies.No entanto, a prática tem antecedentes - Robert Cornelius, um norte-americano que ajudou a desenvolver o primeiro processo fotográfico a ser comercializado (conhecido como daguerreótipo), foi o primeiro homem a tirar uma selfie, em 1839. Para conseguir esta fotografia, Robert teve de ajustar a lente da enorme câmara fotográfica - que tinha sido criada mais ou menos por aquela altura - e posar em frente da mesma durante cerca de 15 minutos. Se hoje demorasse tanto tempo a tirar uma selfie, o mais provável seria a moda não pegar. As selfies surgem para nos vermos e sermos vistos”, explica a psicóloga clínica Mariana Burnay Teixeira. “É cada vez mais visível a necessidade que os jovens têm de serem cobiçados, desejados e, acima de tudo, aprovados pelo outro”. E tal como o nome (a palavra deriva de 'self', que em inglês significa 'eu'/'o próprio'), a moda pode revelar o lado egocêntrico de alguém. “Mas daí a ser patológico, não”Desejando ver e serem vistos, estes jovens vão continuar a tirar selfies e a partilhá-las nas redes sociais, uns com mais noção dos perigos que os rodeiam, outros com menos. Não será uma fotografia a revelar a perfeição, trata-se apenas de um divertimento “que nos faz sentir menos sozinhos neste mundo louco”.

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